Não era a hora...

No dia seguinte, comecei a questionar o breve mas intenso sofrimento da noite anterior, o medo que passei que prefiro nomina-lo como "falta de fé", comecei a me perguntar se fiz certo em programar essa gravidez e ir atrás de consultas e exames e ver se tudo andava bem com a gente. E se eu apenas tivesse de uma hora pra outra deixado acontecer e vir naturalmente sem pensar? que se danem as prevenções, e se eu tivesse deixado os exames pra quando chegasse a hora? e se eu tentasse perder mais muitos kilos, já que isso ainda me incomoda já que ainda estou com muito sobrepeso e já que sei que me sentirei muito mal com isso, imagina grávida? Juro que minha cabeça deu um nó, pensei em desistir de tudo, surtei real velho. E se filhos não fosse coisa pra mim?

Veio o estágio da raiva e tristeza...tireis as fotos de bebês do PC, comecei a evitar olhar as dezenas de grávidas na rua, fechei o blog, não entrei no blog de mãe de ninguém, de tentante nenhuma, nem comunidades nem orkut nem nada, eu simplismente quis esquecer esse assunto e partir pra outra :/ e todo dia vinha alguém contar que tava grávida e eu me mordia (a noite morria de medo de isso ser inveja, vcs me entendem né? e pedia perdão a Deus). A questão do peso começou a pesar e falar mais alto que qualquer coisa, passava tempo em frente do espelho sem me conformar com o fato de que eu havia perdido 11 kilos, e não via onde, embora o marido falasse que dava pra ver diferença e tudo mais, eu continuava me achando na mesma, gorda, enorme e horrível, sem coragem de engravidar por isso. Chorei por dias com medo de depressão. Orei muito a Deus pedindo forças, meu metabolismo começou a sofrer a perda rápida já que foram 11 kilos em pouco mais de um mês, e começou a ficar lento e dizer chega! e os kilos permaneciam. Então veio a parte mais linda da história, em uma das minhas noites melancolicas de muita dor e tristeza, senti Deus falar claramente comigo, ao ler um dos meus livros de cabeceira (Mananciais no deserto) (super indico, tem uma mensagem para cada dia do mês) e me fez voltar do meu momento de surtada e encarar as coisas com naturalidade. Tentando resumir (ta bom, não sei resumir) a mensagem daquela noite dizia mais ou menos assim:

"Para sermos beneficiados através de nosso sofrimento, precisamos aceitar a situação e torna-la no melhor meio possível de obter lucros. Ficar indignado por que uma coisa nos foi tirada ou porque não temos ainda o que queremos não irá melhorar nada, irá sim, nos impedir de melhorar o que resta.O animal muito fogoso que se agita sobre o jugo, apenas fere o dorso. Nenhum problema pode ser visto somente como um mal pra nossa vida se o levarmos diretamente a Deus em oração. Assim, você que tem passado por algum sofrimento ( o meu é a obesidade, o que me "impede" de engravidar, para muitas é a demora e a espera) tome isso para sí e o Senhor lhe dará cânticos na noite e misericórdias a cada manhã"

Com tudo isso, percebi que a ansiedade não me levará a lugar nenhum, que eu é que preciso ir a luta. Quanto a ter que esperar, tenho tirado proveito, hoje tenho consulta com nutricionista (depois eu conto) \o/, desde 5ª passada faço academia, estou malhando uma hora e meia por dia  e continuo as minhas caminhadas e assim ao final deste mês ou que seja do outro ou do outro, quando eu sentir paz, que o Senhor me dará, e me sentir bem com meu corpo, vou deixar vir nosso bebê então. Por hora, tenho namorado muuuiiiitooo, passeado muito, curtido meu esposo, nossa casa e fazendo coisas que só um casal sem filhos faz, e como o Maikon gosta de dizer, eu tenho assim mais um tempo pra mim e pra ficar gostosa pra ele hsuahsauhsuhusahau

Era isso meninas. Obrigada pela força, pelos recados de cobrança e incentivo.Prometo escreve menos nas próximas, continuo na torcida por vcs e beijo no coração de cada uma.