3 de julho de 2011

Algumas considerações...


Muitas vezes acontecem coisas no nosso dia a dia e na nossa vida em geral, as quais não entendemos, não enxergamos os propósitos de Deus naquele momento, apenas aceitamos, crendo que Ele sempre tem o melhor e que todas as coisas cooperam para o bem, algumas dessas coisas, talvez, nunca entenderemos nesse mundo, não cabe a nos, tão pouco julgar os motivos do Senhor, como a morte por exemplo. Mas ha momentos em que o Pai nos revela no tempo presente os Seus "porques" a fim de que O adoremos! Cheguei em casa com uma gripe muito forte, e com uma tosse horrível, SC faz muito frio então os últimos 3 dias estive bem mal mesmo, na noite anterior tive 3 crises muito violentas de tosse, a ponto de (com o perdão da palavra) vomitar por 3 vezes e se tivesse uma 4ª teriamos ido ao pronto socorro, acordei com muita dor no abdomem de tanta força que fiz, e pela manhã louvei e adorei ao Senhor pelo livramento, e porque Ele permitiu que eu entendesse visivelmente o porque de não termos colocado nossos embriões, permitiu a fim de que eu O exaltasse, porque vi claramente que se eu já tivesse com os bebês, essa noite com certeza eu teria perdido eles.

Sinto uma paz que transborda meu coração, tenho sim ainda muitos medos, mas sigo crendo que Deus cuida das duas vidas que Ele permitiu que fossem concebidas, porque já são vidas a partir da concepção, nossos bebês foram congelados ao 3º dia com 5 células cada um (coisas lindas), já damos graças ao Senhor por eles dois e pedimos que sejam preservados, que resistam e que possam daqui a um mês continuar a se desenvolver em meu ventre. 
Em tudo o que faz e em todas as coisas Deus é perfeito. Ja amo tanto meus sorvetinhos que não cabe dentro de mim tanto amor! não sinto mais dores, já desinchei e perdi alguns dos 8 kilos, já menstruei também e essa semana provavelmete faço alguns exames pra ver como estou e então logo saberemos a data do nosso reencontro...

Beijo e desculpem o longo descrever de tudo, mas que sirva de força pra que não desistam nunca!




O desfecho...

No sabádo de manhã as 9 horas então, o Dr. Arnaldo me examinou, fez Ultrasom abdominal dessa vez e com o olhar mais triste e comovido do mundo disse: Tati, nem vou olhar pra você ao te dar essa notícia, porque odeio ver mulher chorando, quero que saiba que estou cuidando de você e dessa forma eu infelizmente te digo que não faremos sua transferência agora, ha muito líquido já solto em seu abdomen, os óvarios estão aumentados muitas vezes e se eu colocar agora seus bebêzinhos, coloco em risco sua vida e até mesmo a deles, tirando as chances de sucesso e do nosso positivo. Vamos congelar e esperar vc melhorar! Vc precisará voltar pra casa sem eles, esperar menstruar e desinchar e então voltar aqui pra gente fazer a transferencia!

Não quis ouvir mais nada, sai da sala aos prantos, desesperada, frustrada, triste, abalada e deixei o Dr. terminar a conversa com o Maikon. Sentei na sala de espera da clínica e chorei inconsolavel por ter que deixar meus filhos, orei a Deus e então ele me devolveu a paz e o entendimento da situação, e antes mesmo de sairmos dali eu já conseguia ver que o Senhor me livrava de algo, mesmo que eu não sabia do que, quem sabe da morte? percebi que Ele me trouxe até ali e não era o fim da minha história, apenas o tempo era Dele, e eu precisava esperar, mais 1 mês se assim fosse preciso.
Fomos da clínica pro hotel, e precisavamos decidir se cancelariamos nossas passagens de quarta e voltariamos antes pra casa, se ficavamos no hotel ou se voltavamos ficar mais uns dias em Valinhos com nossos queridos amigos, que nos esperavam de coração aberto pra nos consolar, e foi o que pareceu mais certo, mesmo porque trocar a data do nosso voo sairia até mais caro, passamos o sabado em SP mesmo, no hotel, pela noite jantamos com um amigo do Maikon em um bom restaurante na vila Mariana, passeamos pela cidade e tudo já tinha passado, no domingo cedo voltamos pra Valinhos, os dias que se seguiram foram muito bons, dias gostosos, de muitas risadas e paz, realmente Deus nos consola quando em tudo damos graças...e na quarta voltamos pra casa, confiantes que logo a gente volta buscar nossos pequenos! com a fé e esperança de sempre, Naquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, conforme Seu poder que opera em nós!

diretamente do google pra você haha

Com minhas palavras, Hiperstímulo, é uma complicação que pode ocorrer em pacientes submetidas a FIV, é quando ocorre uma estimulação excessiva dos óvarios, aumentam muito de tamanho ao produzirem excesso de folículos, e pacientes com sindrome dos ovários policisticos SOP, como eu, tem mais pre-disposição ao problema, pode ser evitada e controlada quando o profissional que lhe acompanha, como meu médico Dr. Arnaldo, entende bem do assunto, quando o controle é feito por ultra som dia sim e dia não, e quando se fica de olho ao primeiro sinal como no meu caso. Se o médico insistir em prosseguir com a transferência, a paciente pode ter sérias e maiores complicações, como derrame pleural (líquido nos pulmões) podendo parar na UTI e até mesmo ir a óbito.

Agora se preferir saber o que é com as palavras do Dr. Google (tão temido e odiado pelos médicos e que nos coloca tanta minhoca na cabeça, vai dizer que não to certa?) clica aqui.

Dia da punção...

Eu estava super tranquila e calma, já sabia como seria o procedimento, e meia hora antes do combinado estavamos na Huntington onde é feito o procedimento de punção (retirada) dos óvulos e onde também seria a transferência dos embriões. Prenchemos um milhão de autorizações disso e daquilo, de sedação, de congelamento de embriões caso houvesse mais de 2 e outros tantos e subimos para o quarto. Me troquei e fui para o mini centro cirurgico, o Maikon ficou no quarto me esperando, nesse procedimento os maridos não podem acompanhar. Logo chegou meu querido Dr. e conversou comigo enquanto o anestesista colocava minha sedação intra-venosa, as enfermeiras eram muito queridas e toda a equipe muito atenciosa. Em poucos minutos vi aquele gostoso clarão da sedação e apaguei, acordei 22 minutos depois com a enfermeira me pedindo pra trocar de cama que iriamos para o quarto, dormi, ou não (tudo estava ainda confuso pela sedação) por mais uns 20 minutos e então quando meus sentidos voltaram, a enfermeira me ajudou a sentar e trouxe um leve café da manhã, porque até então estava em jejum de 8 horas necessário para a punção. Quando ela inclinou a cama, senti uma forte cólica, nesse momento ela saiu acompanhar o Maikon, poi seria a hora da coleta do esperma. Fiquei sozinha no quarto, me sentindo bem, tomei um suco e então tudo ficou branco e comecei a suar frio, tentei chamar alguém mas não alcançava a campanhia, pensem na minha aflição, por sorte em 2 minutos ela retornou ao quarto, e me deitou novamente, minha pressão foi a 8 por 5, depois de 10 minutos estava bem novamente, terminei meu café, me vesti e estava saindo já pra ir pra casa quando tive outro pico de queda de pressão e quase desmaio, mais 20 minutos de repouso até então tudo passar de vez e irmos embora, no dia seguinte a embriologista me ligaria dizendo quantos óvulos, quantos foram fecundados e como estavam nossos embriões, e o medo continuava a me perseguir, esse dia seria decisivo no nosso tratamento, enfim saberíamos se tudo tinha dado certo. Voltamos pra Valinhos, não tive sangramento algum, apenas uma leve colicazinha durante o dia, nada preocupante, até a noite...nossos amigos tinham um casamento essa noite, fiz uma maquiagem na Fran, ajudei a arrumar as crianças e eles saíram, ficamos sozinho, fiz um lanche pra mim e pro Maikon, lavei a louça pra Fran e quando me sentei pra assistir TV as dores começaram, e cada vez mais fortes, era muita cólica mesmo...fui dormir assim e na manhã de quinta acordei um pouco melhor, passei metade do dia bem e comecei a tomar buscopan de 6 em 6 horas, ao meio dia a embriologista da clinica me ligou, eu tinha passado a manhã grudada no telefone haha, e veio a nossa feliz noticia, da minha punção tinhamos 7 óvulos maduros e perfeitos, 6 embriõezinhos pra glória do Senhor, na sexta ela me ligaria novamente pra flar de quantos evoluíram de quantas células eles tinham e confirmar se a transferencia seria mesmo no sábado. Mas no final da tarde as dores já eram novamente insuportaveis, liguei pro meu médico que me pediu que fizesse uma US na sexta, pra verificar se não tinha ocorrido o hiperstimulo que explico melhor no proximo post. Fui dormir com muita dor, mas todas as meninas que já tinham feito FIV diziam ser normal, que muitas nem conseguiam andar após a punção, que tinham fortes sangamentos e que era assim mesmo. Isso me tranquilizava. Na sexta pela manha fomos fazer a US em Valinhos mesmo e já encaminhei pro Dr. o resultado não era muito bom, e ele me esperaria no sabado pela manhã antes da transferencia em sua clinica pra fazer US lá e ver se realmente transferíriamos no sábado ou na segunda dia 27. A essa altura, meu abdomen estava mega inchado e rigido, eu parecia grávida de 5 meses. A 1 da tarde a embriologista me ligou dizendo que 2 dos nossos 6 embriões haviam se desenvolvido super bem, realmente nós só podiamos transferir 2 mesmo pela minha idade, então isso tudo foi resposta de Deus, já eram 3 células e classificação grau 2 o que segundo ela é muito bom para o 2º dia de fecundação, e quase não eram fragmentados, o que nos dava muitas chances de conseguir nosso positivo, marcou a transferencia pra manhã seguinte se tudo estivesse bem após o Dr. me examinar. Sabádo de manhã fomos nós pra SP já com as malas pra ficar, e direto pra clínica fazer minha US antes da transferencia. Aqui abro um parenteses pra falar do hiperstímulo....

...

Era tanta coisa pra correr atrás, porque na FIV é tudo assim, bem incerto, você não tem data exata de nada, tudo depende da resposta aos medicamentos, das Ultras e do estímulo ováriano, as passagens de avião de última hora estavam pela hora da morte, então decidimos viajar de onibus mesmo afff e somente voltar voando, porque na volta com os embrioes eu jamais poderia viajar de carro ou onibus tão longe, e em 45 minutos estariamos em casa de avião...e também porque essa era a orientação do meu médico. Na semana do procedimento também aconteceria a parada gay em SP (afffffffffffffff) e a marcha pra Cristo :) se não me engano, e os hoteis estavam lotados, então achar onde nos hospedar também foi uma novela. Mas  em todas as coisas e mesmo nos pequenos detalhes eu via sempre o cuidado do Senhor. Nossa idéia era ficar do dia 20 ao dia 25, data da transferencia dos bebês em Valinhos, a 100 Km de SP, na casa dos nossos amigos queridos Fran e Kinho e já aproveitariamos pra matar a saudades e então de sabado em diante quando eu precisaria ficar de repouso absoluto por uns 5 dias, ficariamos em SP no hotel, na última hora conseguimos vaga.
No domingo a tarde então viajamos, 14 horas horas intermináveis de viagem, teve até um episódio mega engraçado, eu precisava aplicar as injeções sempre no mesmo horário, e viagei com minha super e gelada caixa de equipamentos haha, agora pensem e imaginem a pessoa em pé dentro do busão, fazendo injeção escondidinha e os tios do banco ao lado achando que eu era louca!!! episódio a parte, tudo ocorreu bem e segunda pela manhã estavamos em SP, passeamos e almoçamos em um shopping perto da clinica mesmo, e as 15 horas então fomos pra nossa consulta. Meu médico é um fofoooo, sou sua fã incondicional, fez minha US, tudo lindo e de acordo, folículos gigantes e perfeitos e confirmou a data de quarta pra retirada dos óvuloss, saimos com uma sacola com mais 12 medicamentos, entre eles vitaminas, progesterona, mais injeções de hormonios, mas desta vez apenas pra prerarar o útero pra receber meus bebês (da uma olhada na foto ali embaixo) gente, eu que achava que tinham acabado os remedios e hormonios, cansada da viagem, abalada financeiramente kkk, sai da clinica aos prantos, dizendo tanta bobeira, que não daria certo, que isso não era pra mim, que da onde eu fui me meter nisso, que eu não sou forte pra tanto  e pela primeira vez vi meu marido, sempre tão forte, baqueado, e preocupado, e confesso, FIV abala muito o fisíco e o emocional, choramos alí mesmo na saída, com medo do que ainda vinha pela frente, tanta medicação, tantos exames, tanto repouso e cuidado, e muitos gastos ainda... depois nos arrependemos, porque o Senhor nos havia levado até ali de forma tão maravilhosa, cuidado de tudo com tanta perfeição e amor e nós estavamos agora no finalzinho murmurrando e pensando em desistir? que nada, era puro cansaço e sono dos dois haha
Da clinica direto pra farmacia e depois pra Valinhos. Ha nessa noite também seriam minhas últimas injeções de bloqueador e indutor, e também seria o dia da aplicação do Ovidrel pra romper os óvulos e deixa-los prontos pra quarta pela manhã.


Prometo que ta acabando...ou não! vou ali pedir uma pizza e volto contar o desfecho.

continuando...

Como meu médico era de outra cidade eu precisava estar em contato quase que diário com sua assistente, os exames eram feitos aqui e transmitidos sempre no mesmo dia pro meu médico em SP, eram telefonemas diários e até nisso fui abençaoada, a pessoa na clínica, responsavel pelo contato com as pacientes de fora, foi um anjo que o Senhor pos na minha vida, sempre querida, atenciosa, me ligava aos finais de semana, feriados, tarde da noite, sempre com toda a paciência do mundo me passando as orientações, me ensinando a aplicar as injeções, ficava do outro lado da linha enquanto eu aqui fazendo a medicação...foi incrível. Trocavamos e-mails o dia todo quase todos os dias. Minha maior preocupação sempre foi não responder ao tratamento, não ter óvulos suficientes, ou não ter óvulos maduros, dai pensava já que nem embriões eu teria, foi uma luta diária, eu precisava acordar todos os dias e vencer ao inferno que me dizia que Deus me diria um não novamente, era preciso todas as manhas crer novamente e crer ao longo do dia que o Senhor estava a frente de tudo, que meus sonhos não eram frustrados. Eu tinha que exercitar minha fé, ao longo do dia, orar e cantar louvores sempre me lembrando que eu tenho um Salvador por mim, que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam ao Senhor! foram noites em claro, eu tive tanto medo de que nada daria certo, mas o meu Deus me sustentou.
Fiz minha ultima US, a qual constatou que eu tinha cerca de 25 folículos pra honra e glória do Senhor, a maioria deles com tamanhos entre 14 e 16 milimetros o que é ótimo para uma FIV, meu médico ajustava a diminuia as doses a cada 2 dias e assim fomos até o dia 17 de Junho. Era sexta-feira e nessa tarde eu tinha passado o laudo desse último Ultrasom para o meu médico e aguardava as orientações do dia. Tinha ido fazer a unha e quando cheguei do salão me ligam da clínica dizendo que segunda-feira dia 20 eu já precisava estar em SP pra minha ultima US lá com o Dr. Arnaldo, a Mariana, assistente do Dr. disse que meus óvarios estavam lindos, perfeitos e que quarta dia 22 iriamos fazer a punção dos óvulos para não ter risco de hiperstímulo e que no sabádo dia 25 provavelmente seria minha transferencia dos embrioes. Meu coração quase saiu pela boca, cai em prantos e adorei a Deus pois minha hora estava chegando, corremos atrás de passagens, de reserva de hotel e de arrumar as malas, domingo viajariamos...

continua...

atualizando...

Tanntaaa coisa pra contar que nem sei por onde começo, na verdade eu pensei por muitas vezes abandonar o blog (quase ninguém mais comenta, magoei haha), mas aí, muitas pessoas que leem, até sem seguir, vem me pedir por msn, FB ou orkut pra atualizar porque acompanham, e cá estou, quem sabe um dia assim, eu possa mostrar minha história pros nossos filhos, ou quem sabe amanhã ou depois me dê a loca e eu delete tudo por aqui...

Bem, da última vez que escrevi, eu estava iniciando as medicações da minha FIV, foram no total 28 dias de injeções diárias, as quais como já contei, eu mesma aplicava, me sentia o máximo e modéstia a parte uma guerreira fazendo tudo isso por meus bebês e achava um barato quando contava pra alguém e vinha a exclamação espantosa: Uiii vc mesma aplica? que dorrr! e eu apenas sorria e dizia: Não sinto nada e são 2 por dia!. Nas últimas semanas quando passei a usar o indutor (Puregon 600 IU) eu acompanhava com ultrasom dia sim, dia não, a fim de evitar complicações e o hiperstímulo (capítulo a parte) que podem ocorrer no processo de uma FIV.
Sempre ouvia e lia, além de conversar com outras amigas que passaram pelo procedimento, que as medicações engordam, pra quem acompanha toda a história, lembra que eu estava em luta com a dona balança, meu saldo não andava já la essas coisas, eu havia perdido 17 kilos de boca fechada apenas, ganhei novamente 5 desses 17 com os indutores orais quando eu não sabia do meu problema das trompas (Clomid e progesterona, eu respondo muitoooo mal ao uso de hormonios, retenho muito líquido), e agora antes da FIV tinha perdido novamente 4 e estava em regime absoluto, eis que dois dias antes de viajarmos pro procedimento resolvo me pesar, e nesses 28 dias eu engordei 8 kilos OITOOOOO!!! sem comer nada...me deprimi, chorei tudo que tinha pra chorar até meu médico dizer que era tudo inchaço e liquido, e que ao parar com as injeções isso passaria. Foi muito dificil mesmo, mexe com a auto estima, vc passa pelo tratamento em TPM constante, uma bomba relogio de medicamentos a ponto de explodir, com toda essa quantidade de hormonios vieram espinhas, sempre tive a pele tão lisinha, agora vivo com o rosto cheio delas e o cabelo oloeoso, a pele feia, coitado do meu esposo, louvo a Deus pela vida dele, por esse mês de lutas onde sempre esteve ao meu lado, dando força, me dizendo o quão linda sou pra ele, inchada ou não, gorda ou não, com ou sem o rosto cheio de espinhas, e sempre me passando calma e dizendo que tudo ia passar logo.

continua...